O
PRESIDENTE da República, Filipe Jacinto Nyusi, reafirmou ontem, em
Gaberone, Botswana, o compromisso de Moçambique em relação aos ideais e
às aspirações da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
O
Chefe do Estado fez este pronunciamento na sua primeira participação
numa cimeira ordinária do bloco económico regional, após tomar posse em
15 de Janeiro último.
Filipe
Nyusi disse perante os seus homólogos que está feliz por notar que o
Programa Quinquenal do Governo moçambicano, focalizado na paz,
desenvolvimento humano, produtividade e competitividade, desenvolvimento
de infra-estruturas e gestão sustentável dos recursos alinha com as
prioridades definidas pela SADC.
Lembrou
que quando tomou posse afirmou que iria respeitar os acordos bilaterais
e multilaterais e as convenções de que Moçambique faz parte e reforçar a
participação do país nos esforços de preservação da paz, estabilidade e
a promoção do desenvolvimento internacional.
A
35.ª cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da comunidade regional,
que começou ontem, tem como lema “Acelerando a industrialização das
Economias da SADC através da transformação dos recursos naturais e
desenvolvimento do capital humano”.
Para
o Presidente da República, este lema é elucidativo no que tange aos
desafios que a região deve superar para o desenvolvimento harmonioso,
sustentável e inclusivo.
Por
outro lado, considerou que essa industrialização, consubstanciada no
Plano Estratégico Indicativo Regional Revisto para 2015-2020, vai
permitir a transformação e acréscimo de valor aos abundantes recursos
naturais existentes nos países do grupo.
É
expectativa do Chefe do Estado que esta cimeira, que termina hoje,
possa definir linhas claras que viabilizem a implementação dos vários
planos, estratégias da organização, sobretudo no que respeita ao seu
financiamento, através da aceleração do Fundo de Desenvolvimento
Regional.
Na
abertura da cimeira, Moçambique foi citado como um dos cinco países
que, a nível da SADC, regista os níveis de crescimento económico mais
altos entre os países em vias de desenvolvimento. Segundo a
Secretária-Executiva da comunidade regional, a tanzaniana Stergomena
Lawrence Tax, nesse ranking, Moçambique é a segunda economia que mais
cresce (7,3 por cento), depois de Angola (10,3 por cento). As restantes
que fazem parte do grupo dos cinco são a RD Congo e Tanzania (ambas
crescendo em 6,6 por cento) e Botswana (5,3 por cento). Nesse contexto, a
secretária Tax apelou a estes países para continuarem a tudo fazer para
manter e aumentar estes índices.
Após
a cerimónia da abertura, os Chefes de Estado e de Governo da comunidade
reuniram-se à porta fechada para avaliar a implementação do plano
estratégico sobre a industrialização e o respectivo roteiro, um programa
que visa a criação de indústrias nos países da região com o objectivo
de transformar esta parte do continente de um exportador de
matérias-primas para um exportador de bens de consumo.
LÁZARO MANHIÇA, EM GABERONE
In Jornal Noticias de 18-8-2015
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