O
MINISTRO da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia,
disse ontem, em Maputo, que a consolidação da paz na região austral de
África, em geral, e em Moçambique, em particular, constitui a condição
“sine qua non” para o progresso sustentável e harmonioso dos
países-membros da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral
(SADC).
Falando
por ocasião da passagem do 35.º aniversário da criação da SADC, que
ontem se assinalou, Celso Correia afirmou que a consolidação da paz no
espaço comunitário, e não só, é importante porque vai permitir que os
povos da região concentrem as suas energias e saber na construção do seu
bem-estar.
“Ontem
nós, moçambicanos, defendíamos que só seríamos verdadeiramente
independentes se todos os países da região alcançassem a sua
independência. Hoje, defendemos, na nossa agenda, a paz. Nós,
moçambicanos, só estaremos em paz se todos os povos da região, em
particular, e do continente, em geral, estiverem em paz e só seremos
desenvolvidos se todos estiverem também desenvolvidos”, afirmou Celso
Correia.
Para
além da questão da paz e desenvolvimento, o Ministro da Terra, Ambiente
e Desenvolvimento Rural centrou a sua intervenção na questão das
mudanças climáticas que, segundo disse, estão já a condicionar o
desenvolvimento dos países.
De
acordo com o ministro, o aquecimento global constitui uma das grandes
ameaças da região austral de África, situação que está na origem de
chuvas intensas e secas e cheias que já condicionam a produção agrícola,
pois vão assolando, periodicamente, os países da SADC.
“A
região da África Austral é uma das que está exposta aos efeitos das
mudanças climáticas. Impõe-se que tratemos a questão das mudanças
climáticas como prioridade regional”, apelou o ministro Correia, para
depois referir que este é um assunto que requer esforços conjuntos para
se encontrarem as melhores formas de gestão deste fenómeno.
ALUNOS PREMIADOS
AS
celebrações dos 35 anos da criação da Comunidade de Desenvolvimento da
África Austral (SADC) foram ontem marcadas pela premiação dos três
melhores trabalhos de redacção sobre a organização do sul de África.
Trata-se
de Faira Agostinho Augusto, estudante da 10.ª classe da Escola Samora
Machel, em Tete, que se posicionou em primeiro lugar no referido
concurso, que abrangeu todas as escolas secundárias do país e que tinha
como tema falar sobre a organização nos seus vários aspectos, desde
criação, objectivos, mecanismos de funcionamento, entre outros. À
vencedora coube um prémio monetário no valor de vinte mil meticais.
Em
segundo lugar ficou Adelina Henriques Xavier, aluna da 11.ª classe na
Escola Secundária de Angoche, em Nampula, que arrecadou um prémio
monetário de 12 mil meticais, e o terceiro lugar ficou com Aresdites
Agostinho Domingos, aluno da 10.ª classe na Escola SOS de Tete, que
amealhou oito mil meticais.
Para além do dinheiro, cada um dos três arrecadou diverso material escolar.
A
SADC nasceu em 17 de Agosto de 1992, em Windhoek, na Namíbia, como
resultado da transformação da Conferência de Coordenação de
Desenvolvimento da África Austral (SADCC).
Neste
encontro, os Chefes de Estado e de Governo assinaram um tratado que
redefiniu as bases de cooperação entre os estados-membros, de uma
associação voluntária, para uma associação juridicamente válida.
Esta
transformação tinha como objectivo promover uma maior cooperação e
integração económica com vista a apoiar na abordagem dos vários factores
que terão tornado difícil sustentar o crescimento e o desenvolvimento
socioeconómico, como por exemplo a contínua dependência na exportação de
alguns produtos primários.
São
membros da SADC quinze países, nomeadamente Moçambique, Angola, África
do Sul, Namíbia, Botswana, Tanzania, RD Congo, Malawi, Zimbabwe,
Suazilândia, Lesoto, Maurícias, Seycheles, Zâmbia e Madagáscar.
Participaram
nas celebrações dos 35 anos da SADC em Maputo representantes de todos
estes países, alguns dos quais se fizeram presentes através dos
respectivos altos-comissários ou embaixadores.
In Jornal Notícias de 18-8-2015
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